domingo, 18 de fevereiro de 2024

4 anos no futuro

Eu vou colocar uma música aqui:
Cada vez que eu vejo nesse blog eu tenho que fazer um registro de como as coisas estão loucas no mundo. E ver o quanto eu mudei (ou não) é muito interessante. É como ter um diário e quando eu revisito eu fico chocada com cada coisa que eu escrevi aqui. No caso, em 2020 a gente ainda nem tinha visto o pior do COVID. Depois daquilo ali, eu formei e comecei a ver gente morrer dessa merda. Muita gente morreu, o Bolsonaro negligenciou a doença. O Lula voltou. Tentaram dar um golpe de estado, tá todo mundo sendo preso por 15 anos agora. Menos o Bolsonaro. Mas ele vai também, é questão de tempo. A AMOC tá parando, até 2050 o mundo vai virar um grande caos. Eu devo dizer que eu estou curiosa pra saber como a humanidade vai lidar com isso. Tipo desertificação, era do gelo, calor infernal no sul global, talvez o fim da Amazônia? Quem sabe o que vai acontecer né... O mais engraçado é que tem gente que não está levando a sério. Acho que é bom ser ignorante, de não saber de nada mesmo, por que quando dão essas notícias de fim de mundo em revistas como a Nature e a Science, quem não tem nenhum conhecimento, não passa nenhum mal com isso. Para fins de registro, passei um ano morando em São Paulo e trabalhando naquele caos que é a saúde pública daquela cidade. Estou declarando falência atualmente. Minha conta bancária está quase zerada. Meu pai está com câncer. Eu ainda quero beijar aquela pessoa. Ela nunca vai poder saber o quanto (você vai lembrar o nome dela no futuro). Eu acho que sempre fui apaixonada por ela, no fim das contas. Uma pena que eu já tenho 31 anos e descobri que amoalguém que eu nunca vou ter. É meu destino mesmo morrer solitária por entre a gente. Não, eu não acredito em amor. Foda-se o amor. Ele é um lixo. Talvez eu volte mais vezes, agora que lembrei que o blogspot ainda não foi desativado pelo google. De vez em quando é bom digitar merda. O twitter tem um número muito limitado de caracteres. Atenciosamente,

sábado, 14 de novembro de 2020

5 anos no futuro...

Silêncio. Marisa Monte está cantando ao fundo.... Depois daquela última postagem R Í D Í C U L A de 5 anos atrás, quase 6, tudo mudou. Eu estou a 2 meses da minha graduação em medicina, eu durmo mal, como pior ainda, estou enorme de gorda... e sou uma completa cínica. Todo aquele papo de você partiu meu coração, todo mundo tem que servir, amo mesmo e daí? tudo isso está morto. Sei lá.. olha como a idade traz perspectiva. Naquela época os blogs ainda eram vivos, mas veja agora. Os blogs foram substituídos por stories e minitextos no twitter. Olha, parece que eu estou numa realidade alternativa. O Bolsonaro é presidente. Eu vi uma pessoa morrendo na minha frente e meu coração nem palpitou. Minha ex me pediu desculpas por ter sido uma filha da puta naqueles posts de 2014 e eu disse a ela que tanto faz. Realmente o tempo traz perspectiva das coisas. Hoje pouca coisa me interessa ou me importa, mas eu ainda tive vontade de escrever aqui e dizer essas coisas. Acho que eu queria um registro de hoje, do momento presente, por que a maioria das coisas que eu disse naquela época eu sequer lembrava. Ai, eu era tão crédula hahahaa meu deus, quando você tem 20 anos as coisas parecem tão cabais, tão o fim do mundo. Você acredita em tudo nessa idade. Em paz mundial, em papai noel, em amor... É tudo tão estranho voltar aqui, ler aquelas coisas e achar que era real. Eu estou deixando isso aqui para a minha posteridade: VOCÊ É CÍNICA, SARCÁSTICA, NÃO ACREDITA EM AMOR. E a única pessoa a quem você realmente gostaria de beijar não pode saber disso (você vai se lembrar do nome dela). Se você tivesse um gato o cenário estaria completo, mas você mora num quarto minúsculo. Você quer cuidar da dor das pessoas, aliviar a dor delas, mas tudo pode acontecer nesse meio tempo. Hoje você sabe que ninguém vale seu tempo. Silêncio. Marisa Monte está cantando ao fundo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Med student... valar dohaeris!

Todos os homens devem servir...
Este foi o meu principal argumento quando eu quis ser médica. Porque para ser bem honesta, meu sonho mesmo sempre foi ser artista. Mexer com desenho, essas coisas. Eu queria mesmo era ser uma desenhista de histórias em quadrinhos. Criei vários heróis. Desenhei cada um deles. Escrevi roteiros super bem trabalhados. Quando comecei a fazer biologia, esses roteiros passaram a ser mais elaborados, científicos...
Mas quando eu comecei a prestar vestibular, lá pelas bandas de 2009, ano em que concluí, eu parei para pensar que talvez eu não devia ser artista. Porque como eu ia ajudar alguém com arte? E ademais, o que eu poderia criar que já não tivesse sido criado? A arte para mim se realizou lá no Classicismo. De lá pra cá, para mim, houve pouco progresso, pois o mais bonito (na minha opinião) já tinha sido feito.
Já na ciência... não existe nada exato na ciência, muito pelo contrário. Há sempre coisas novas a se descobrir. Sempre algo novo a se encontrar. A ciência não para, por quê a evolução não para. A vida não para. E eu queria fazer algo pelo mundo, afinal, é para isso que todos nós nascemos e vivemos. Para realizar coisas boas e novas para que quem venha depois possa viver melhor do que nós. Eu quis isto.
Confesso que não lutei com todas as minhas forças. Na minha concepção, eu estava nas mãos do destino. Se o destino me quisesse lá, eu iria. O que eu tivesse que aprender no caminho era lucro. E assim se foram uns cinco anos. E quando eu finalmente desencantei, eis que aconteceu.
Non, je ne regrette pas. Acho que tudo o que eu passei, vivi, saboreei, amei, mudei, nesse meio tempo, serviu para me ensinar quem eu era, o que eu queria, o que eu não quero, o que eu devo fazer. O destino não é algo estático e a gente encontra nosso destino em lugares muito diferentes daqueles que a gente imagina. Ou em pessoas muito diferentes.
Todo o passado está morto para mim, assim como as pessoas que insistiram em ficar nele.
Só existe o agora, as pessoas que estão comigo agora ou que estiveram desde sempre. Quem me abandonou, ficou para trás.
Pois é, estudante de medicina. Vou para um estado diferente do meu, conviver com uma realidade diferente. Viver sozinha. Mais sozinha do que jamais estive antes. E mesmo assim, eu topo. Quanta gente faz isso todos os dias? Ter receio só serve para me desviar do que eu devo fazer, então prometi a mim mesma lidar com isso da melhor forma possível, afinal, já tenho 22 anos.
E além disso, eu sempre terei para onde voltar, caso tudo fique ruim. E sempre terei amigos comigo. Eles estarão aqui, onde os deixei. Perto de mim sempre.
Mudar é um ato de coragem, não é mesmo? Pois é, eu estou mudando.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Resilience...

Acho que uma das coisas mais legais que a Força Suprema (a.k.a. Deus, Allah, Deusa) nos deu foi a capacidade de resiliência. Dobrar e não quebrar? Albert Camus dizia que isso era ter um coração flexível, e que era fantástico, pois corações assim não podem ser partidos. Professores na faculdade já descreveram isso como "dobrar como uma mola".

Eu discordo.

Resiliência não é não se quebrar. Resiliência é se foder em Escala Richter e ainda assim, ao juntar os cacos da devastação, ver que você se tornou melhor, mais forte.  É ter a exata noção do dano e ainda assim olhar pra frente, afinal a Terra não interrompeu rotação e translação apenas porque você está sofrendo. Pelo contrário, o planeta está pouco se fodendo pra você e vai te dar um Verão lindo de 40°C ou mais, se bobear. O resto da humanidade então... Prefiro não comentar.

Recentemente uma amiga pediu meu conselho porque ela estava numa fase complicada. Meus conselhos não valeram de absolutamente nada porque cada um faz exatamente aquilo que quer fazer, mas o fato de estar do lado dela valeu muito. Ela me disse que nunca vai esquecer o meu apoio, e nem eu, pois estar ao lado dela no seu momento mais difícil contou muito para que eu esteja escrevendo isso tudo agora.

A essa amiga eu agradeço, por me mostrar através de sua própria experiência desastrosa, onde e como eu havia errado. O que eu entendi com a Senhorita Raposa é que muitas vezes você se depara com o lobo mau e mesmo sabendo o quão mau ele é, você se envolve porque acredita que todo mundo merece uma chance (especialmente aqueles por quem você tem mais que uma queda). Pessoas apaixonadas vão perder qualquer vestígio de dignidade e amor próprio antes de perceberem a furada em que se meteram. Parafraseando a Senhorita Raposa, o que resta é pegar o orgulho no lixo. Eu vasculhei o lixo atrás do meu...

Ao mesmo tempo, tinha esses dois amigos meus, o lindo Capitão Incrível e a doce Dra Sofia, que me ensinaram outra coisa. Com seus dramas particulares e completamente distintos eles me mostraram juntos que amar alguém que não nos ama é praticamente tão difícil quanto ficar com alguém a quem já não amamos. Sem saberem, eles foram o alfa e o beta da minha consciência conflituosa. Sério, às vezes minhas guerras (não crises) de identidade, parecem a faixa de Gaza.
Tendo isso tudo em mente eu cheguei à conclusão de que o ódio que eu sentia já não fazia qualquer sentido lógico. Era uma desculpa que eu havia criado para justificar meu sentimento pessoal de derrota e fracasso.

Pour quoi?

Porque odiar não é não amar. Ódio não é falta de amor. Ódio é amor. Ou ao menos é o que sobra dele quando todo o resto se vai. Então somente quando seu cérebro entender que é inútil odiar, quando você finalmente superar sua raiva é que você vai perceber que está livre, não apenas das sombras que tomaram conta da sua vida, mas do amor como um todo.
Os budistas dizem que o desejo é a origem de toda a dor e que somente quando nossos corações param de desejar é que paramos de sofrer. Novamente discordo.  Afinal, todos os espertos sabem que a dor é parte da vida. Não há como evitar a dor. Então o segredo é que a dor é algo inevitável, mas o sofrimento... Ah meu bem, o sofrimento é completamente opcional.

Respire fundo, pois o amor nunca mais será o mesmo. Você nunca mais será o mesmo. Não , você não fica pior... A sensação eu só posso descrever como "única" E isso... Isso sim é resiliência.

Take a breath.... You are alive.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Éramos eu e você contra o mundo.
Até que eu descobri que era eu contra o mundo. Eu, apenas.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Um desabafo...

Você pode dizer que eu to divagando com a minha vida, ou que eu não estou querendo entender. Eu estou. Eu entendi. E há dias em que em mim fica um vazio tão grande e me faz entender mais: eu não queria que fosse assim. Não queria, não quero e acho que o dia em que vou me conformar com essa situação está longe de chegar.
Hoje eu mandei mensagem por que ontem me peguei pensando no passado. Ontem li seu twitter e li as coisas que você dizia para mim sendo ditas para outra pessoa. As mesmas fucking palavras. Exatamente iguais. Daí eu percebi: você é um desperdício do tempo de qualquer pessoa. Afinal como pode dizer aquelas coisas e não pensar em mim? Como pode escrever aquilo e não lembrar de mim?? Eu que nem consigo mais cantar uma música do Coldplay sem sentir raiva por que eu já cantei elas para você.
Eu me perguntei por que a vida tem que ser tão fodida comigo e ao mesmo tempo ser tão boazinha com você. Você vai para festas, se esfrega em todo mundo e bebe até quase entrar em coma. E quando chega em casa deita a cabeça no travesseiro como se isso fosse absolutamente normal e não sente qualquer culpa pelas suas matérias que ficam acumuladas.
E me peguei pensando se eu queria que você sofresse. E a resposta foi não. Apesar de tudo o que me fez, apesar de tentar odiar você, apesar de ter nojo de você, eu não quero que passe por nada do que me fez passar. Não quero te ver chegar ao ponto de desejar morrer. Isso não é humano. Isso não é biologicamente saudável. Ninguém, por pior que seja, merece isso.
Me lembrei de um dia em que você saiu, bebeu, pegou todo mundo e quando chegou em casa me ligou chorando, dizendo que não me merecia. Não merecia mesmo, mas eu te perdoei no ato, pois te ouvir chorar partiu meu coração, e disse a você que estava tudo bem, que as coisas iam funcionar quando estivéssemos perto. Você melhorou por quase um mês, daí tudo voltou a acontecer, e você chorava e dizia que não me merecia e blá blá blá. Alguma vez eu não te perdoei?
Lembro do dia em que você me ligou com medo de trovão. Eu me perguntei: quem é que ainda tem medo de trovão?! Você tinha. Eu tinha que dormir, precisava muito dormir para acordar cedo e ir para a faculdade. Mas fiquei com você no telefone até não aguentar mais falar. Acalmei teus medos, lutei contra o sono para ficar com você o máximo possível para que você soubesse que eu estava ali por você. Aí dia desses eu tive uma crise de pânico, tentei te ligar, pedi sua ajuda. Você sequer me respondeu. Então eu me perguntei: alguma vez eu te deixei sem ajuda?
Lembro quando você deu uma festa em casa. Me disse que ia ser uma coisa boba. Novamente bebeu até quase morrer, ficou com alguém, depois me ligou e quando eu perguntei se você tinha feito algo que queria me contar, você disse que não. Falou comigo o resto da noite e continuou mentindo com uma facilidade espantosa. Só me contou no outro dia. Eu devia ter percebido ali que você tem uma espécie de patologia. Mentira patológica. É doença. Você é doente. E então eu me pergunto até hoje: quando foi que menti para você?
Quando te perguntei se um dia me amou, você disse: você sabe que amei, eu até chorei por você. E eu me pergunto como que chorar prova alguma coisa. Você tenta se convencer de que não me usou para ficar bem enquanto encaixava as coisas na sua vida, mas foi isso o que você fez. Me usou para colocar seu mundo no lugar, e quando tudo já estava bem, quando você tinha outros para acalmar seus medos, você desfez nosso pacto e me jogou fora como se eu não fosse nada. Foi assim que me senti. É assim que eu me sinto e isso não vai passar, e eu não vou te perdoar.
Agora que penso bem, eu te dei tudo e você nunca me deu nada. Parei para pensar no que ganhei com esse relacionamento e a resposta foi: absolutamente nada! Sequer realização sexual. Nem isso. A única coisa que tirei disso foi a descoberta de que existe algo dentro de mim que eu não gosto. Você despertou as piores coisas em mim, coisas que eu não quero mais sentir. Você me tornou alguém que eu não gosto de ser.
Você vai dizer que eu estou divagando... que eu não quero aceitar.
Mas me diga, como eu posso aceitar algo assim? Como eu posso aceitar a humilhação?
Eu tinha vontade de destruir a tua vida, como você destruiu a minha. Mas quando penso nisso, eu vejo que qualquer tipo de vingança vai rebaixar o meu caráter ao nível do seu.

PS: eu quero meu anel de volta! Ele não é seu.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

learning lessons...

Ver um amigo sofrer é pior do que ver a si mesmo sofrer. Pelo menos na concepção daqueles que não fazem do egoísmo um modo de vida.
Mas o pior de tudo é ver seu amigo passar por tudo o que você passou - exatamente igual, em número, gênero e grau - e não ter absolutamente nada para dizer. Você sabe como tudo termina, mas não pode dizer a ele, por que é simplesmente surreal demais para se acreditar que alguém tenha a coragem de fazer aquele tipo de coisa com outra pessoa. Se você disser o que pensa, talvez seu amigo não lhe acredite: o melhor é deixar a pessoa viver as próprias experiências. Contudo, como diria Jace Beleren: "Aprender com os próprios erros é bom, mas eu prefiro aprender com os dos outros".
Hoje, numa retrospectiva, meu relacionamento fracassado não me trouxe absolutamente nada de bom. Nada mesmo. A não ser a plena consciência do que eu sou quando as pessoas me levam ao extremo. E não é nada bom. Eu cheguei ao meu pior: eu não gostei. E nunca mais quero voltar lá. Talvez todos tenhamos que aprender uma lição. Que seja então.